Como devo estudar História  

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    Chegou o dia daquela Avaliação de História? E agora? Devo decorar as datas, nomes ou todos os textos. Isso seria impossível não é?
    Em primeiro lugar nunca podemos deixar para estudar um dia antes da Avaliação. Estudar significa trabalhar um pouco a cada dia a nossa capacidade de raciocinar e não de armazenar informações.
    Em segundo, decorar é o contrário de raciocinar. Uma das poucas capacidades humanas que trazem total autonomia ao indivíduo e que ninguém pode proibir. 
     Dessa forma, ainda resta aquela dúvida cruel: COMO DEVO ESTUDAR???   
       a - O mais importante é aprender a raciocinar historicamente. Para isso, toda vez que você ler um texto ou ver um filme, por exemplo, deve fazer perguntas indispensáveis: o que esses acontecimentos têm a ver com o mundo atual? Como eles influenciaram a maneira de viver e de pensar das mulheres e dos homens de hoje? Como eles ajudam a explicar o que está acontecendo agora? As coisas não poderiam ter sido diferentes?
     b - Todo texto que traga assuntos que tem uma visão alternativa do que estamos trabalhando, chamaremos de TEXTOS COMPLEMENTARES. Geralmente foram escritos por um historiador, pesquisador ou por uma pessoa que está relatando a sua experiência. Incrementa as informações que você já teve. Preste atenção porque ele pode apresentar ideias que não estão no texto normal dos livros. Algumas ideias podem até discordar de algumas coisas que já tenhamos lido. Com isso, você perceberá que o trabalho dos historiadores é feito por meio do confronto de ideias opostas;
     c - As REFLEXÕES SOBRE O TEXTO COMPLEMENTAR trazem perguntas que devem ser respondidas sempre de acordo com o que o autor do texto complementar escreveu. Mas também será importante você relacionar essas informações com o que já aprendeu no texto material principal;
     d - O texto complementar e as reflexões servem pra várias coisas: acostumar você à linguagem dos historiadores, pesquisadores e agentes históricos; ensinar a ler um texto e interpretá-lo; mostrar que qualquer conhecimento científico precisa de dúvida, do questionamento, da polêmica. Em outras palavras, por intermédio deles você pode construir o seu conhecimento;
     e - Afinal, se não é para decorar, o que devemos estudar? É para isso que servem os EXERCÍCIODE REVISÃO. Eles não são aquela coisa aborrecida de final de lição. Na verdade, são um guia para estudo. Para começar, repare que jamais perguntam a respeito de um nome, de uma data, de uma batalha. Decoreba, nem de longe! O que eles mostram são as perguntas que você sempre deve formular para compreender um processo histórico: quais foram as causas? E as consequências? Como as coisas se relacionam? O que foi importante?
     f - NAS REFLEXÕES CRÍTICAS após os textos nunca terão as suas respostas em trechos do texto. As respostas devem ser encontradas por você mesmo, com a sua inteligência, seus conhecimentos, sua experiência, na troca de ideias com seus colegas. Ou seja, não existe uma resposta certa, a não ser que você queira ser o “dono da verdade”. Porque não existe uma receita pronta nem um caminho infalível: o conhecimento histórico é constituído pela dúvida, pela crítica e pelo diálogo;
     g - As reflexões críticas revelam como o assunto histórico apresentado no capítulo tem muito a ver com a atualidade. E nos deixam a lição principal: jamais aceita alguma coisa apenas porque disseram que era verdade. Procure saber a razão de tudo, recuse o que não for explicado, questione as coisas por diversos lados;
     h - O “choque” entre ideias diferentes, o debate, a crítica a que os ouros pensam e ao que nós mesmos pensamos, e a polêmica são fundamentais para a construção do conhecimento;
     i - Procure em cada linha, imagem, som e objeto de estudo com o espírito crítico. Se você não gostou de uma explicação, se você discorda de uma conclusão, se pensa diferente do autor, procure discutir isso com seus colegas, professores, amigos e parentes. Não seja escravo da verdade dos outros;

“Ter dúvidas, criticar e querer saber mais
não levam ninguém a se perder!”
  
(ADAPTAÇÃO DE: SCHMIDT, Mario Furley. Nova História crítica. São Paulo: Nova Geração, 2002. p. 09-14.)

This entry was posted on 1 de mar. de 2011 at 05:00 and is filed under , , , , . You can follow any responses to this entry through the comments feed .

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